Novas Regras

Reforma Administrativa redefine regras para contratações temporárias no serviço público.

Reforma Administrativa, trouxe mudanças significativas no modelo de contratação de servidores temporários no setor público

Reforma Administrativa redefine regras para contratações temporárias no serviço público.

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A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, que trata da Reforma Administrativa, trouxe mudanças significativas no modelo de contratação de servidores temporários no setor público. O texto cria o chamado Vínculo por Tempo Determinado, um novo regime jurídico que substitui as atuais contratações temporárias previstas no artigo 37, IX, da Constituição Federal.

Pelo texto, a contratação de temporários passaria a contar com regras mais amplas e flexíveis, permitindo que União, estados e municípios recorram a esse tipo de vínculo para atender demandas transitórias, projetos com prazo definido e situações de aumento não permanente de serviços públicos. Diferentemente da regra atual, que restringe o uso de temporários a casos de “excepcional interesse público”, a PEC transfere para uma futura lei complementar a definição das hipóteses autorizadas, ampliando consideravelmente o espaço de atuação desses profissionais.

Os servidores contratados nesse modelo não teriam estabilidade e seus contratos seriam automaticamente encerrados ao fim do prazo estabelecido. A seleção seria feita por processos simplificados, com exigências menores do que as de um concurso público tradicional. A remuneração, os direitos e as condições de trabalho seriam definidos por legislação infraconstitucional, o que, segundo defensores, daria mais agilidade e reduziria custos para a Administração.

Especialistas apontam, contudo, que a ampliação do uso de temporários poderá permitir que esses profissionais atuem até mesmo em atividades-fim, como saúde e educação, o que hoje é considerado irregular pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Críticos afirmam que a medida pode fragilizar o concurso público, aumentar a precarização do trabalho e abrir espaço para contratações motivadas por interesses políticos.

A proposta segue em discussão na Câmara dos Deputados. O debate, porém, continua influenciando discussões sobre modernização administrativa nas diferentes esferas de governo.

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